Cientistas dos Estados Unidos estão iniciando novos testes com uma vacina normalmente utilizada para combater o herpes e que mostrou ter efeitos positivos no tratamento do melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele.
Os especialistas do centro médico da Rush University, em Chicago, já realizaram duas fases de testes com a vacina, chamada OncoVex.
Na segunda fase, dos 50 pacientes submetidos ao tratamento, oito se recuperaram completamente do câncer, enquanto outros quatro tiveram uma reação positiva parcial e puderam se curar com uma cirurgia.
Pacientes com estágios avançados do câncer de pele costumam ter um prognóstico ruim de sobrevivência. Por isso, tal resultado foi considerado bom pelos cientistas.
"Atualmente existem poucas alternativas de tratamento para pacientes com melanoma avançado, nenhuma delas satisfatórias. Por isso oncologistas ficaram muito animados com os resultados obtidos", disse Howard Kaufman, diretor do programa de câncer da Rush University e chefe da equipe que realiza os testes.
Descoberta acidental
Cientistas descobriram que a OncoVex tinha efeito sobre tecido canceroso quando a vacina foi acidentalmente aplicada em uma amostra de células de tumor.
A vacina inclui um vírus que foi modificado e convertido em um agente que atinge essas células sem afetar células saudáveis.
A droga também possui agentes biológicos que ajudariam a resposta do sistema imunológico ao melanoma.
Segundo, a Rush University, a vacina é injetada diretamente nas lesões.
"O que nos surpreendeu e incentivou foi o fato de a vacina ter funcionado não somente nas células injetadas, mas também em lesões em outras partes do corpo que não poderíamos alcançar", afirmou Kaufman.
"A vacina gerou uma resposta imunológica que circulou pela corrente sanguínea até locais remotos."
A terceira fase dos testes deve envolver 430 pacientes em todos os Estados Unidos. Cada um vai receber uma injeção nos tumores a cada duas semanas por até 24 sessões, e será acompanhado por dois anos.
O melanoma é o tipo mais raro, mas mais letal de câncer de pele, por causa da alta possibilidade de metástase.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer brasileiro, em 2008 houve uma média de aproximadamente 6.000 novos casos, entre homens e mulheres.