4/13/2010

LIBERDADE


Jorge Gerdau começou por saudar Yeda Crusius, que acabara de ser vaiada pela audiência da palestra. No início do discurso, pronunciou-se sobre a importância das liberdades, individuais e econômicas, e o respeito aos direitos e às instituições. Em uma nota especial sobre a liberdade de ir e vir, comentou a ausência do palestrante Xingyuan Feng, que ficou retido na China por não dispor de um visto de trânsito para sua conexão prolongada em Londres.

Gerdau diferenciou democracia representativa de democracia delegada, destacando que nesta última a liberdade desaparece. Notou que para manutenção da liberdade é preciso que haja equilíbrio entre os três poderes, característica da democracia que defende. Passando da teoria a um domínio mais prático, Gerdau observou que os 50 países com maior IDH são democracias (o 51º é Cuba).

Passando ao tema da descentralização dos serviços e a privatização, observou que o custo por aluno da educação privada em Porto Alegre é uma fração do custo na educação pública.

Citando um livro de Luiz Felipe D’Ávila, observou que é dever do empresário cuidar: da sua empresa, da sua família, e da política. Acrescentou que é “muito chato” cuidar da política, mas, se não se cuida da política, tudo que se fez na empresa é desfeito pelos políticos. O comentário foi recebido pela plateia, formada em boa parte por empresários, com risos e aplausos.

Notou que países autoritários na Ásia gozam a curto prazo de vantagens econômicas que não podem ser superadas, mas ressaltou com orgulho que “o nosso sonho” foi construído sem que se abrisse mão dos direitos e liberdades dos cidadãos. No entanto, questionou que medidas quantitativas sejam adequadas, e ponderou que ter a melhor empresa é mais importante do que ter a maior empresa, e ter o melhor IDH, do que a maior economia. Para alcançar esse objetivo, afirmou enfaticamente que o melhor caminho é a economia de mercado; e alertou que concessões ao autoritarismo podem colocar o Brasil no mesmo caminho de alguns de seus vizinhos latinoamericanos.