7/24/2008

TRAUMA


A hipnose pode ajudar vítimas de crimes traumáticos superar medos livrando-as de memórias dolorosas, afirma um psicólogo. A Universidade de Adelaide iniciou um estudo radical, recrutando pessoas traumatizadas por ataques violentos ou outros crimes a fim de auxiliá-las a entrar em um estado alterado. A psicóloga e pesquisadora Birgit Pfitzer disse que vítimas que não são capazes de evitar pensamentos que causam medo já estão num estado próximo ao da hipnose. "Estas pessoas com frequência estão vivendo num lugar distraído e distante devido ao que aconteceu a elas," afirmou Pfitzer. "Portanto faz sentido usar a hipnose para tratá-las, ajudá-las a desbloquear estas memórias, reconsiderá-las e então continuar com suas vidas."

A terapia tem sido eficaz contra a depressão, a ansiedade e no controle da dor, porém nenhum estudo provou ainda ser a hipnose benéfica para o estresse pós-traumático de longo período. A universidade espera inscrever pessoas com idades entre 18 e 70 anos que tenham sido vítimas ou testemunhas de crimes que tenha acontecido há pelo menos três meses. Cada uma delas receberá apenas terapia comportamental cognitiva padrão ou hipnose adicional a fim de verificar se esta traz benefício extra. A Dra. Pfitzer acredita que estas pessoas requerem uma terapia "mais imaginativa" por que seus pensamentos traumáticos, ao contrário de outras memórias, estão codificados de maneira específica e fragmentada. "Isto é o que faz com que as pessoas os tranquem; mas isto não funciona por que eles retornam de um modo mais intrusivo," disse. Com a hipnoterapia os pacientes são induzidos a um "estado de atenção focalizada de uma concentração aumentada". "Isto é algo que na realidade nós experimentamos diariamente... quando você lê um livro ou quando está intensamente envolvido no trabalho," disse a Dra. Pfitzer. "Mas nós usamos este estado como uma terapia, estabilizando aqueles pensamentos e, de maneira cuidadosa e segura, passamos a recordar suas memórias traumáticas."

Acrescentou ainda que existem muitas concepções erradas a respeito deste tratamento, especialmente a idéia de que se possa lembrar de memórias perdidas durante um estado alterado. "Isto é algo que nunca promoveria," disse a Dra. Pfitzer. "Eu nunca afirmaria que qualquer memória espelha fatos reais. Esta é uma idéia incorreta do que isto significa."